segunda-feira, 27 de julho de 2015

Todos a bordo

Sempre morei perto de alguma estação de metrô. Já passei por três cidades e cinco casas diferentes, mas nunca longe de um buraco no meio da rua que me pudesse levar pra outros cantos da metrópole.

Sou da zona sul de São Paulo, já morei em Barcelona, e hoje moro em Brasília, vendo o mundo sempre de uma janela em movimento.

Não me esqueço das vezes que viajava de metrô quando criança e amassava minha cara na janela do trem tentando ver o que se passava do lado fora. Tentando ver o que existia naquele túnel tão misterioso.

Um dos meus pesadelos frequentes na infância, inclusive, era justamente sobre um túnel de trem da baixada santista, onde passei vários verões.

Hoje, continuo curioso. Os túneis e as locomotivas que me transportam são outros, mas a necessidade insaciável de entender o que se passa do lado de fora continua lá, à procura de mais perguntas, à procura de expressões que possam me ajudar a guiar esse trem desgovernado em que estamos e que viajamos aflitos.

Espero aqui neste espaço compartilhar com vocês essas aflições. Tudo aquilo que consigo ver da janela do trem!